O que me faz sofrer são coisas tão insofríveis que tenho vergonha de sofrer por mais de cinco minutos. Sofro o insofrível antecipadamente ou não. Não é aquele sofrimento cristão, um digno de se sentir talvez. É um meio "judascariotisiano" que trai a mim mesmo com um beijo. Sofrer o insofrível é ridículo demais para sequer citar. Não vou perder meu tempo, não vou contá-los antes de dormir, apesar de ter meu tempo roubado por esses sofrimentozinhos-muriçoca de a partir das seis horas da noite. Se elas vem, é porque janelas estiveram abertas. Sim, estão todas escancaradas. E a força para fechá-las? Ouço: “Esqueça as janelas”. “Esqueça as muriçocas, são pequenas demais”. Sim, são pequenas demais, eu sei , mas como incomodam as malditas! Sinto essas pequenas picadelas que torturam e resultam numa obra de arte: as marcas em minha pele. Definitivamente não sou fã de arte.
Amanhã levantarei mais cedo. Assim terei mais tempo antes das 18hs, porque depois, tudo é zummm.
Seguindo sem esperar muito de tudo e todos... Buscando pretextos pra escrever. A vida é assim: sem querer, sem motivos nobres, tudo se torna um pretexto para a gente continuar a viver.
terça-feira, 30 de março de 2010
Olhos despoetizados
Nos olhos despoetizados nada canta
Ou vela à noite- dia
Nos olhos despoetizados: o avesso
São cabelos que caem
E uma boca cega de nascença
E uma vontade de atirar a mancha-crença
Ou um dia todo a olhar o sol
Nos olhos despoetizados: maré
Seca de mangue, sangue
Que junta a si o lodo de déspotas
Poeira de estrada virada
Avessos
Avessso
Vida despolitizada
Canções desmetrificadas
Sol
Ou vela à noite- dia
Nos olhos despoetizados: o avesso
São cabelos que caem
E uma boca cega de nascença
E uma vontade de atirar a mancha-crença
Ou um dia todo a olhar o sol
Nos olhos despoetizados: maré
Seca de mangue, sangue
Que junta a si o lodo de déspotas
Poeira de estrada virada
Avessos
Avessso
Vida despolitizada
Canções desmetrificadas
Sol
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