terça-feira, 25 de maio de 2010

Jogo




No naipe de Lenine
Transformando perda em recompensa
Jogo à mesa Ases de Clarice
Porque estar também é dar
Com meus curingas de Machado
Amontôo Amizades Sinceras, Felicidades Clandestinas
Entre O Espelho absorto
O Enfermeiro abstrato
É minha vez
E dessa vez, só quero o que me interessa
Na MINHA vez no jogo
Triunfo
Na MINHA vez, decido...
Passo.

É o Que Me Interessa






Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem.
Quem vai virar o jogo
E transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado
Só de quem me interessa.
Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Me traz o seu sossego
Atrasa o meu relógio
Acalma a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurra em meu ouvido
Só o que me interessa.
A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa.

Lenine

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Basílica

Não te amo
E o meu não te amar não é o de Neruda
É o visgo da certeza do não
Limo de sereno de amar pequenas partes
E isso me basta com limão e gelo – obrigada

As pequenas partes, te sirvo à imagem e semelhança do eclipse
Revelada timidamente e em mistério
Posto que é o eclipse o real do meu amor non sense
E do meu não te amar circunspeto como sinal de nascença

São verdades que partem de certezas Basílicas
De saber que o que quero não cabe em ti
Tudo é pouco para o que quero
Tudo é parte

A foto serenada, parte
O vulto a céu fechado- parte
A imagem de criança – parte
O livro que não li- metade
Não é você.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

O País de Quarentena

Depois da gripe do frango, gripe suína, vacas loucas, e todas as epidemias (por toda a cadeia alimentar) que o mundo já conheceu, não há maior, mais intrigante e curiosa que a cientificamente chamada futeboulis febreris. Recentemente o Governo Federal elaborou uma cartilha explicando os sintomas que a acompanham. Esta dizia mais ou menos assim:

1- Ao contrário de todas enfermidades acompanhadas de febre, as pessoas acometidas por futeboulis febreris não permanecem deitadas em suas camas, pelo contrário, ficam de pé e vez ou outra pulam todas juntas;

2- Tais pessoas não ficam sonolentas ou querem que faça-se silêncio… com os olhos muito atentos, gritam, berram como se estivessem sofrendo;

3- Numa espécie de delírio, sorriem e choram quando ouvem uma voz gritando um monossílabo extenso terminado em “…ooolllll”. Este grito é repetido diversas vezes pelos pacientes;

4- Cuidado! Apesar de a moléstia ser contagiosa, as pessoas não ficam isoladas. Recomenda-se que não se sigam os impulsos incontroláveis de chamar amigos para reuniões onde se dividem alimentos, porque, como era de se esperar, esta doença não tira o apetite, mas aumenta-o consideravelmente;

5- Quando estão sob a atuação da febre, as pessoas perdem sua pigmentação original, uns ficam cobertos por um tom amarelo-esverdeado, outros por tons verde-amarelados. Depende muito do DNA.

O mais curioso é que a doença ocorre apenas de quatro em quatro anos, dura trinta dias e ainda assim não há como fazer um antídoto eficaz, tendo em vista a evolução vertiginosa do quadro. Sua atual variação ganhou o nome popular de “penta” e se faz previsões de que a próxima nomenclatura será a “hexa”, talvez seja por esse motivo que a tal futeboulis febreris, popularmente chamada de febre de futebol, seja considerada incurável, mesmo com todo o avanço da medicina.


Liliane Souza
15 de julho de 2006, atualizado em 19 de maio de 2009

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Canta Vanessa


Deixe meu cabelo em paz
Alise minha pele que é a parte viva do meu corpo

Deixe meu cabelo em paz
Porque é guerra que eu quero
-da garra inofensiva femme

Deixe meu cabelo em paz
Não reconheço o gosto do gosto deles
Nem suas imagens narcisolistício


Deixe meu cabelo em paz
É a minha honra desonrando o mundo

Deixe-me cá
A terra saboreando as eras em meu rosto
O crespo do cisco inquietando olhos azuis piscina