sexta-feira, 7 de maio de 2010

O País de Quarentena

Depois da gripe do frango, gripe suína, vacas loucas, e todas as epidemias (por toda a cadeia alimentar) que o mundo já conheceu, não há maior, mais intrigante e curiosa que a cientificamente chamada futeboulis febreris. Recentemente o Governo Federal elaborou uma cartilha explicando os sintomas que a acompanham. Esta dizia mais ou menos assim:

1- Ao contrário de todas enfermidades acompanhadas de febre, as pessoas acometidas por futeboulis febreris não permanecem deitadas em suas camas, pelo contrário, ficam de pé e vez ou outra pulam todas juntas;

2- Tais pessoas não ficam sonolentas ou querem que faça-se silêncio… com os olhos muito atentos, gritam, berram como se estivessem sofrendo;

3- Numa espécie de delírio, sorriem e choram quando ouvem uma voz gritando um monossílabo extenso terminado em “…ooolllll”. Este grito é repetido diversas vezes pelos pacientes;

4- Cuidado! Apesar de a moléstia ser contagiosa, as pessoas não ficam isoladas. Recomenda-se que não se sigam os impulsos incontroláveis de chamar amigos para reuniões onde se dividem alimentos, porque, como era de se esperar, esta doença não tira o apetite, mas aumenta-o consideravelmente;

5- Quando estão sob a atuação da febre, as pessoas perdem sua pigmentação original, uns ficam cobertos por um tom amarelo-esverdeado, outros por tons verde-amarelados. Depende muito do DNA.

O mais curioso é que a doença ocorre apenas de quatro em quatro anos, dura trinta dias e ainda assim não há como fazer um antídoto eficaz, tendo em vista a evolução vertiginosa do quadro. Sua atual variação ganhou o nome popular de “penta” e se faz previsões de que a próxima nomenclatura será a “hexa”, talvez seja por esse motivo que a tal futeboulis febreris, popularmente chamada de febre de futebol, seja considerada incurável, mesmo com todo o avanço da medicina.


Liliane Souza
15 de julho de 2006, atualizado em 19 de maio de 2009

Nenhum comentário: