Nunca na história desse país eu tinha ouvido
falar em simulação. E que bom que esse dia chegou. Tive o prazer de me bater
com um cara das Ciências Exatas, Lucas Vivas, um colega com o qual partilhei
conhecimento para propor o artigo que unia meu campo de estudo, a Análise de
Discurso materialista, e o dele, a simulação enquanto conhecimento da
cibercultura.
E afinal o que é essa tal de simulação? É um
conhecimento especial trazido pelo digital que vai além da representação, antes
cria uma realidade em potência, ampliando as capacidades humanas. A questão que
nos propomos a discutir é: de que maneira esse procedimento está a serviço da
ideologia e como é possível perceber esse recurso como uma materialidade
discursiva? Para isso pensamos a ideologia nos parâmetros de Althusser, não como ocultação, mas como prática e modo de evidência dos sujeitos e dos sentidos.
Confesso que o tema deu muito pano pra manga, pois exige uma
revisão de conceitos fundamentais como a própria questão da ideologia, sujeito,
discurso e materialidade. Tudo o que eu adoro. Então fomos eu e Lucas nos
debruçar sobre o tema para ver no que dá. O resultado foi bastante enriquecedor
e, ao meu ver, muito provocativo. Me fez questionar muitas coisas, repensar
alguns conceitos... Pensar enquanto pesquisadora.
Bem, nessa altura do campeonato nem daria tempo para eu mudar meu tema da dissertação, mas bem que seria intrigante... Quem sabe no
doutorado? O artigo, brevemente, será publicado. Se não for em algum site
especializado, posto aqui mesmo no meu blog, no problem, sem crise! rsrs Acho que o que vale
mesmo é sair do feijão com arroz, do repetir sempre as mesmas coisas no nosso
campo teórico. O que vale é propor, discutir e ampliar. Isso é
construção de conhecimento.