segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Tecnologias Assistivas: Experiências de Liberdade.

Pedagogia da autonomia. Eis o porquê dessa leve intuição que tenho: se Paulo Freire conhecesse o “Programa InfoEsp – Informática, Educação e Necessidades Especiais”, ele iria, no mínimo, se emocionar. É que as Tecnologias Assistivas (TA) levam a proposta de uma educação que respeita a autonomia de cada um ao seu grau máximo. Educar pessoas com deficiência intelectual, física ou sensorial para serem sujeitos autônomos, elevando sua autoestima, fazendo com que essas pessoas se tornem capazes de solucionar seus problemas, à medida que desenvolvem suas capacidades intelectuais. É disso que trata o texto “Tecnologia assistiva em ambiente computacional: recursos para a autonomia e inclusão socio-digital da pessoa com deficiência” de Teófilo Alves Galvão Filho e Luciana Lopes Damasceno. Os autores discutem a necessidade de um olhar para a diversidade e uma reorientação das TIC para o atendimento das necessidades de pessoas com algum tipo de deficiência. E é aí que entra a inclusão. A inclusão social, digital... inclusão educacional. Ok. Isso mais parece um pleonasmo. Sim porque educação, em seu sentido mais genuíno, é sinônimo de incluir, crescer pela diferença. As Tecnologias Assistivas (TA) tornam-se assim importantes ferramentas para a capacitação dessas pessoas. O que me faz pensar em um desafio duplo: se a educação que temos já não respeita as diferenças em sentido amplo o que podemos esperar dessa mesma educação em relação às pessoas com necessidades especiais? Essa inquietação me fez voltar às páginas de “Pedagogia da Autonomia”. Foi quando li: “Qualquer discriminação é imoral e lutar contra ela é um dever, por mais que se reconheça a força dos condicionamentos a enfrentar. A boniteza de ser gente, se acha entre outras coisas, nessa possibilidade e nesse dever de brigar. Saber que devo respeito à autonomia e à identidade do educando exige de mim um prática em tudo coerente com este saber”. Práxis. A questão da prática me faz prosseguir a leitura do texto de Teófilo Alves Galvão Filho e Luciana Lopes Damasceno e observo como, na prática, ocorre a utilização das TICs como tecnologias assistivas, que vão de adaptações ao ambiente educacional, controle do ambiente, softwares de acessibilidade e tantos outros recursos. Mas no final vejo que as adaptações devem ser um pouco mais drásticas, devem partir do modo de pensar, de ensinar. Ainda, como diz Paulo Freire, a autonomia é processo e em quanto tal deve ser incentivada, conquistadas aos poucos através de experiências estimuladoras, experiências respeitosas. Experiências de liberdade.

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