segunda-feira, 20 de julho de 2009

Irresponsavelmente Amigos




Pra muita gente, amizade é um contrato. Daqueles assinados e devidamente autenticados por ambas (ou mais) partes. Protocolado, com data e hora marcada. Escrevente, testemunha, senha e tantas outras responsabilidades.
Pra mim não. Pra mim amizade é descompromisso. Isso mesmo. O descompromisso inadiável de ser eu mesmo, sem esquecer de me despreocupar com o que vão pensar de mim... Irresponsabilidade com os meus próprios interesses. Um caos da sorte. Um acaso inevitável.
A gente se bate, se esbarra, se encanta e fica. Vai ficando em um bilhetinho passado em sala de aula. Cheio de erros ortografico e palavras reduzid. Que vai e volta, sem testemunhas oculares- ainda mais se uma delas for ele: o professor.
Amizade é papel sim... Mas é aquele papel de fundo de caderno, rabiscado e espontâneo. É papel de bala IceKiss esquecido na bolsa. Papel de pão com o número do telefone que, se por acaso se perder, vamos fazer de tudo pra reencontrar.
Tá aí! Amizade é reencontro. É reunião marcada (só um pouquinho de previsibilidade senão a reunião nunca acontece), mas sempre cheia de improvisos. Um reencontro que pra acontecer pode passar por um suporte virtual. E aí que ela se manifesta em emails radiantes e mágicos. Abre-se e num instante somos invadidos por contagiantes e caóticas cócegas do além.
Enfim... amizade é um instante na biblioteca e noutro olhando um pôr-do-sol qualquer. Ao acaso. Sempre juntos. Apenas curtindo a doce irresponsabilidade de ser nós mesmos.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Poema azul


Olhos de água no horizonte
dançam ao som de poesia
desmancho- me em chuva
na diversão do seu sorriso alado
na metafísica do seu jeans rasgado
no farfalhar do embrulho de aniversário

Nesse poema de ideias refrescantes
não sei se de lágrimas ou de desejos dilatantes
rumores de um futuro granulado
de um passado desbotado
dessa calma
dessas lembranças leves como borboleta,
rascunho mil desejos

quero a paz dos amores mórbidos
e o fogo das paixões repentinas
quero um pouco de tudo que abrange teu ser
quero ter e ser ao mesmo tempo nada
quero te encontrar na dimensão absurda do existir

Quero a leve entonação do grave de tua voz
Baixinho em mi
A prontidão e a preguiça
A incoerência e uma cabeça cheia de razões
Tudo à máxima potência

E na vastidão do teu blues
Caminhar descalça, deslizando em gelo seco
Queimando, refrescando
Em uma sensação única como esse poema
Como esse poema azul