quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Web 2.0: mortos, vivos e dança.



A web 2.0, essa nova geração de serviços online, vai além da máquina pura e simples. Diz respeito a uma forma diferente de nos relacionarmos com a informação, com o outro e, por que não dizer, com nós mesmos. Afinal, aquele que se encontra diante do computador não é o mesmo, nunca foi o mesmo (e quem disse que deveria ser o mesmo?).

Esse que está na frente do computador pode ser quem quiser ser. Não é à toa que surgem tantos perfis fakes. Mas antes que tenhamos a tendência de tornar fake tudo na web 2.0, alto lá! As relações afetivas, por exemplo, são legítimas. Não vamos aqui apregoar o apocalipse dos relacionamentos. A questão não é essa. Estamos diante de uma nova forma de relação afetiva. E a mudança nesse quesito faz parte da nossa própria das condição histórica e social.

Lembro-me de um outdoor de uma universidade particular daqui da Bahia. Ele diz: “Não quero só adicionar amigos. Quer fazer amigos”. Ou algo parecido com isso. Fiquei me indagando sobre a frase, pois hoje, na atual “conjuntura de fazer amigos” (Há uma receita para fazer amigos?!) o ato de adicionar pessoas ao seu perfil de Facebook, por exemplo, já faria parte do pacote. Não há fim do mundo nisso, há a manifestação de uma mudança na forma de se relacionar que ocorre no mesmo ritmo da mudança do mundo.

E por falar em ritmo, o ritmo com o qual a web 2.0 processa a informação também merece destaque. E quem vai/dita n/esse ritmo, são as milhares e milhares de pessoas conectadas. O que eu faço se junta com o que alguém que eu jamais conheça pessoalmente faz, e tudo se une num processo criativo em que o que vale é a participação coletiva. Aqui, a credibilidade quem dá é a própria coletividade.  A própria noção de autoria é questionada. Mas até aí tudo bem, Roland Barthes já matou o autor, agora só precisamos comemorar os vivos, a lá “Um morto muito louco”. Chamar os mortos para dançar no meio dos vivos, afinal “o conteúdo oferecido pela coletividade é em sua maior parte produzido por eu, vós e eles, e por outros sujeitos que eu nunca interagiu”. Aqui tomo a liberdade de incluir os “autores” na dança. Mortos e vivos na web 2.0


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