domingo, 13 de outubro de 2013

Bauman vai às compras

É tão bom encontrar alguém conhecido em um lugar completamente estranho. Assim foi com a leitura de Modernidade Líquida. Encontrei Althusser, filosofo marxista de grande relevância para a Análise de Discurso, e Bakhtin, outro grande filósofo que teve uma importância fantástica para os estudos linguísticos... Vá lá que foram citações, mas já dá pra ter uma ideia de como tudo se completa, como sempre suspeitei.
Foi assim, que ao refletir sobre “templos de consumo”, Bauman cita Althusser, “quem quer que entre em tais espaços é ‘interpelado’ enquanto indivíduo, chamado a suspender [ ...]  a lealdade” (p.114). No templo de consumo, shopping é um exemplo, as pessoas não querem se socializar. Levam tudo o que precisam para se sentir bem. Levam suas próprias companhias, suas casas... Nessa tarefa plenamente individual, o “ei, você!” da interpelação de Althusser chama para consumir, livre de qualquer sensação de clausura, apesar de todos estarem numa caixa. Quanto a Bakhtin, deixarei para afalar em outro post. Por hora, fica a certeza de que nunca mais faremos as compras sem Bauman na cabeça.

Um comentário:

Unknown disse...

Boa a reflexão de Bauman sobre "Espaços Públicos Não Civis"...shoppings, estação de transbordo, não-lugares, espaços vazios. Cada um com sua (i) lógica, com seu tempo e dinâmica.