Quando o virtual entra pra festa

"Transformam também as formas de fazer as coisas, de constituir-se em sociedade e de 'singularizar-se como sujeito autônomo e competente das corresponsabilidades alargadas em uma concidadania global'" (Marques, 1999:45).

O texto do qual retirei esta citação está na tese de Maria Helena Bonilla. Hoje, mais do que nunca, esta temática tem um significado especial pra mim. Nesta semana, pude ver como as TICs mudaram mesmo minha forma de dar significado à data que considero como uma das mais importantes do ano: o meu aniversário. o/ Para além dos presentes e ligações que ganhei, ainda restavam as mensagens de felicitações via Facebook. Definitivamente nunca senti tanta vontade de acessá-lo. Ficou fácil perceber como o virtual, que em sua origem significa força, potência, mexe com nossa vida, entra pra festa de aniversário, modifica nossa própria forma de comemorar. “O virtual não está aí, mas existe.” O virtual transborda barreiras geográficas, temporais... Por isso, tantas pessoas de diferentes lugares estavam na minha “festa”. E mesmo depois do meu aniversário, a festa continuava. À medida que atual e virtual se unem, coexistindo em um circuito fechado, o próprio significado do momento “aniversário” se reconstitui. E como real e simbólico estão vinculados, a minha própria realidade se transforma nesse movimento de ir e vir do que é atual e virtual. “Qualquer coisa é um segundo na medida em que existe, pois existir significa entrar em relação com um outro. Em outras palavras, para existir, algo deve ser um objeto para um sujeito (...) Tornamo-nos conscientes da qualidade apenas ao contrastá-la ou compará-la com uma outra”. Enquanto houver convidados a festa não acaba. Enquanto houver sentido pra quem comemora, a festa não acaba. Cada vez que entro no meu "Face" eu vejo: a festa ainda não acabou.